O verão terminou recentemente no hemisfério norte, mas enquanto fizer sol em Berlim, haverá gente disposta a aproveitar ao máximo cada minuto de luz. Em alguns casos, isso significa tirar (toda) a roupa e se estirar no gramado do Tiergarten, parque na região central da cidade.
Lá não existem áreas destinadas ao nudismo, mas uma ducha instalada nos arredores do Siegessäule, monumento que é um dos principais pontos turísticos da cidade, acabou atraindo os naturistas. Isso não significa, porém, que os vestidos não são bem-vindos.
Por ali, está todo mundo misturado.
“Esse é o primeiro verão em que venho ao Tiergarten e tenho achado totalmente agradável.
Para mim, tomar sol nua significa saúde e liberdade”, disse à reportagem J. I., de 52 anos, que descansava no gramado como veio ao mundo, acompanhada de seu cachorrinho.
“Desde que minha filha nasceu, há 14 anos, sinto-me mais relaxada em relação ao meu corpo.”
“Desde que minha filha nasceu, há 14 anos, sinto-me mais relaxada em relação ao meu corpo.”
O nudismo não é permitido em qualquer lugar público na Alemanha, mas é tolerado em praias, lagos e algumas poucas áreas urbanas, como o Tiergarten.
Um estudo divulgado em julho pelo site de viagens Expedia mostrou que, entre as 24 nacionalidades pesquisadas, os alemães são os mais propensos a tomar sol nus na praia.
Há, inclusive, um termo para descrever a prática, quando levada a sério:
Freikörperkultur , mais conhecida pela sigla FKK, que significa “cultura do corpo livre”.
Há cerca de 150 clubes para nudistas na Alemanha.
É possível encontrar-se com grupos para fazer caminhadas pelado, nadar pelado, correr pelado, praticar canoagem pelado e jogar vôlei pelado.
A Federação Alemã do Naturismo (DFK, em alemão) tem 4.500 integrantes que ganham descontos em cruzeiros e campings específicos para quem quiser passar as férias da forma mais à vontade possível.
A prática do naturismo tem mais de 100 anos na Alemanha, mas uma fase recente da história do país ajuda a explicar sua popularidade até hoje, especialmente em Berlim.
Sob o regime comunista na antiga Alemanha Oriental, ir pelado à praia era uma das poucas liberdades que se poderia ter.
No fim dos anos 70, por exemplo, 20% de uma faixa de 200 km na costa do Mar Báltico foi oficialmente liberada para os nudistas, tamanha a difusão da atividade.
Hoje, porém, o nudismo não tem mais caráter político.
Em Berlim, a prática tem mais a ver com a aura liberal da cidade, que atrai cada vez mais artistas, estudantes e empreendedores.
“Só quero aproveitar o sol, não me sinto parte de uma cultura de nudismo”, diz R.H., de 41 anos.
“Acho incrível a liberdade.
Berlim é o único lugar que eu conheço onde você pode tomar sol nu no centro da cidade.”




































































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