destes descobri, através de um post numa rede social, um web site chamado “Os Nu Protege”,Tudo referente a nudez criado pelos fotógrafos norte-americanos.
Pelo que pude ver, a proposta destes profissionais é fotografar e mostrar homens e mulheres despidos e, principalmente, sem nenhum artifício de produção, como, por exemplo, maquiagem, iluminação ou retoques em programas de edição de imagens.
Alguns irão dizer que a ideia que movimenta esta iniciativa é o exibicionismo, ou, talvez, que ele seja uma forma disfarçada de promover a pornografia.
Outros, porém, podem entender que a mensagem que estes fotógrafos desejam apresentar é a de que não existem corpos perfeitos e esculturais, mas sim pessoas comuns, todas diferentes umas das outras e que nem por isso devem envergonhar-se de seus corpos.
Uma mensagem semelhante, difundida em todo o mundo há várias décadas, está embutida na filosofia do movimento naturista.
Para quem não sabe, naturismo é a prática da nudez em público, seja em praias reservadas para isso, ou em resorts criados para esta finalidade.
Há mais de 20 anos tive a oportunidade de conhecer este movimento e passei a frequentar um resort localizado na cidade de Extrema, em Minas Gerais.
Durante minhas estadas neste hotel conheci diversas pessoas, de todas as idades e classes sociais, que se sentiam totalmente à vontade estando nuas em meio a um grupo de pessoas.
Nunca encontrei por lá alguém que se comparasse ao David ou à Vênus de Michelangelo, mas o que não faltava eram homens e mulheres completamente satisfeitos com seus corpos.
Existem pessoas que irão concordar em posar para este site ou que gostarão de passar um fim de semana praticando o naturismo.
Existem pessoas, por outro lado, que jamais se darão ao direito de vivenciar uma destas duas experiências.
Algumas devido a associação que fazem da nudez como um convite ao sexo, outras porque suas crenças religiosas os proíbem de exibirem seus corpos, apesar de que tenho conhecimento de uma comunidade naturista formada apenas por evangélicos.
Mas creio que a grande maioria das pessoas que se recusaria a fazer isso, apesar de usar justificativas semelhantes às mostradas acima, nutre uma forte rejeição aos seus corpos.
E como condená-las por isso se todos os dias assistimos na mídia uma infindável apologia às medidas perfeitas.
Como censurar alguém que está acima do peso por esconder-se debaixo de roupas quando outros gordos, iguais a ele, são sempre os empregados, os mal amados e os rejeitados na TV ?
Como recriminar alguém que não tem seios esculturais, ou nádegas semelhantes às dos comerciais de se sentir feio?
Como podemos nos sentir normais se tudo a nossa volta faz com que nos sintamos estranhos?
Uma saída talvez seja observar as pessoas mostradas no Os Nu Proteje, ou, quem sabe, visitar um resort ou uma praia naturista.
E se nenhuma destas opções lhe cair bem, ao menos preste atenção nas pessoas que estão à sua volta e você verá que a grande maioria da humanidade é mais alta ou mais baixa, mais gorda ou mais magra, mais clara ou mais escura do que as pessoas que a mídia lhe vende como sendo o padrão de normalidade.
Neste momento, provavelmente, você descobrirá que elas é que estão fora do padrão, elas é que fazem parte de um pequeno grupo que não representa a humanidade.
Diante desta constatação certamente sua autoestima vai se elevar e com ela todos os outros “auto” se erguerão também.
Pode ser que outra pessoa surja desta rejeição ao protótipo social do perfeito, alguém que ao invés de quebrar espelhos decida desfilar de cabeça erguida por qualquer avenida deste nosso Brasil.
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